Fim
do dia. Hora de retornar ao lar para desfrutar o merecido repouso e
descanso, depois de um estafante dia de trabalho. É preciso recuperar
as energias gastas na labuta das horas idas.
Antes de chegar em
casa, uma passadinha no bar para comprar cigarros. Ainda é cedo. Mais ou
menos nove da noite. O tempo está chuvoso e a noite é silenciosa. Apenas
dois ou três fregueses e o atendente que, solícito, lhe entrega a
carteira de cigarros, para depois servir-lhe um cálice de vinho. Paga, e
sai tranquilamente caminhando pela Rua São Pedro no Jardim Nossa
Senhora de Fátima, que está completamente deserta nessa hora; não pelo
horário, mas pela chuva, talvez...
Ouve passos. Vira-se, e
escuta: “é um assalto mano, passa tudo aí, rápido!” Automaticamente a
mão desliza em direção aos poucos trocados que traz no bolso da calça. Sente algo queimar-lhe as costas. Instantâneamente perde o controle das
pernas, e desaba no terreno molhado.
A dupla de assaltantes, ao ver alguém se aproximando, foge amedrontada, abandonando a "presa" sem nada levar.
Nelson
não sente mais as pernas, a camisa parece estar grudada nas costas. O
cheiro de sangue mistura-se ao da chuva, enquanto ele é socorrido e
levado até o Pronto Socorro do Alto Maracanã.
“Por uma questão de
milímetros você teria ficado paraplégico. Se a lâmina tivesse
penetrado um pouquinho mais...” - diz o médico, após medicá-lo.
Depois
de quase 10 meses praticamente imobilizado, Nelson, apoiado em uma
bengala, ensaia os primeiros passos após deixar uma cadeira de rodas.
Lamentavelmente cenas desse tipo acontecem quase que diariamente, não só em nossa cidade, mas, praticamente em todas as cidades de nosso país. A maioria de crimes dessa natureza, são praticados por menores de idade, conforme os noticiários. As autoridades precisam tomar providências urgentes.
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